quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Ninguém sabe o que eu vi hoje
debaixo do alecrim
duas pombinhas chorando
por um amor que não tem fim

O bicho que tem no mato
o melhor é pássaro preto
todo vestido de luto
assim mesmo satisfeito

O bicho que tem no campo
o melhor é sariema
que parece com as meninas
roxeando a cor morena

O fogo quando se apaga
na cinza deixa o calor
o amor quando se acaba
no coração deixar dor...

Guimarães Rosa - A Boada

O que o poeta escreveu.

Virgem Sertão Roseano é um dos títulos mais geniais que já ouvi ultimamente. O disco segue a trilha. Amarildo Silva me lembra certo poço de água claras de minha infância, onde os meninos mais espertos íamos mergulhar. O resto da turma ficava a boiar em águas rasas, sem saber o que estava perdendo, só por não pesquisar um pouquinho mais adiante. Este aqui é dos bons. É virgem e é sertão. Proseado e roseado até a raiz da mandioca brava. É poço que tem árvore em redor. Bom de mergulhar e de garimpar. Pode subir que o galho aguenta. Pode cair que a água é boa.

Márcio Borges.
O amor de Riobaldo e Diadorim, paisagens do Rio São Francisco, estórias do sertão gerais, contado na obra de Guimarães Rosa. Veredas, jagunços, pássaros, buritizais e muito mais - travessia - Grande Sertão - Veredas. São temas desse meu CD "Virgem Sertão Roseano",



Virgem Sertão Roseano no Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas- RJ

Amarildo Silva, volta ao Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas para relançar o CD Virgem Sertão Roseano.